segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Miss Saravejo

Impossível chegar em Saravejo e não se lembrar de Bono Vox e sua "Miss Saravejo". A canção foi gravada em 1995 pela banda irlandesa de rock U2, com a participação especial de Luciano Pavarotti, e diz, em suma, que há tempo para tudo nesta vida, desde o tempo de virar-se para Meca, até de manter a cabeça baixa ou, até mesmo, tempo para os direitos humanos.






Saravejo é, realmente, uma cidade surpreendente e impressionante. Visitá-la, conhecer um pouco de sua história, de sua cultura e do seu povo, nos faz compreender melhor o que Bono Vox pretendeu expressar, numa época em que o que menos importava era a dignidade da pessoa humana.





 
Fizemos um "walking tour" de 3 horas e meia em Saravejo na companhia agradabilíssima da querida Eva, guia turística de uma empresa local. Ela nos contou que tem 30 anos e é formada em farmácia, inclusive, com pós-graduação, mas que, por não conseguir um trabalho na sua área (na Bósnia-Herzegovina o índice de desemprego é de 40%!) foi estudar para trabalhar com turismo. Ainda, nos disse que precisa trabalhar muito durante o verão para poder guardar dinheiro para o período de inverno, já que nesta fase do ano o trabalho fica escasso.



Com uma linguagem fácil e um inglês fluente, Eva nos levou para as principais ruas de Saravejo e foi nos contando de tudo um pouco, desde um dos mais importantes fatos da história contemporânea (o assassinato do arquiduque Ferdinand Ferdinando, herdeiro do trono do Império Áustro-Húngaro, que culminou na Primeira Guerra Mundial), até curiosidades da cultura bósnia e, ainda, todo o panorama do antes, durante e depois da Guerra da Bósnia, que durou de 1992 a 1995.




 
Durante a Guerra da Bósnia, Eva era uma criança de mais ou menos 9 anos de idade, assim como eu. Ela nos contou que de um dia para o outro foram obrigados a viver nos porões das casas e o simples ato de andar nas ruas tornou-se algo muito perigoso. Sua mãe passou a usar todos os cristais que antes da guerra começar guardava com tanto zelo e as pessoas da família, amigos e vizinhos tornaram-se muito mais próximos. Disse tambem que mais tarde a guerra terminou mas as marcas permaneceram de forma indelevel.
 



segunda-feira, 15 de julho de 2013

O "burek" em Sarajevo

Chegando em Sarajevo, na Bósnia-Herzegovina, não pude deixar de experimentar a típica e tradicional iguaria de lá: o chamado "burek". É uma espécia de massa folhada assada, que pode ser recheada com carne, queijo, batatas, espinafre ou coalhada seca. Geralmente está exposto em vitrines, em grandes assadeiras, e, quando fazemos o pedido, a atendende corta os pedaços que escolhemos, coloca num pratinho de ferro e depois leva para a balança para pesar. O preço é cobrado de acordo com o peso.






Um dos restaurantes mais tradicionais que serve o "burek" em Sarajevo chama-se Buregdzinica Bosna e fica bem no centrinho histório da cidade. As poucas mesas do restaurante estão sempre lotadas e, definitivamente, quem vai à Sarajevo não pode deixar de dar uma passadinha por lá para prová-lo.



segunda-feira, 8 de julho de 2013

Mostar: unindo forças para reconstruir

Ao descer na rodoviária de Mostar, nossa primeira parada na Bósnia-Herzegovina - distante cerca de 132 km de Saravejo, e pegar um táxi para o hotel, impossível não se chocar com as marcas ainda presentes da recente guerra. São prédios destruídos e abandonados, marcas de disparos nas paredes e prédios em reconstrução.
 




 
 
 
O cerco dos sérvios e croatas  na cidade de Mostar durou de 1991 a 1995 e fulminou cerca de 100.000 pessoas. O ataque à "old bridge", cartão postal da cidade, em novembro de 1993, deixou feridas no coração dos bósnios e a dor assemelhou-se à da perda de um ente querido. A cidade foi completamente destruída durante a guerra e para as pessoas que ali ficaram só restou morar nos porões das casas.
 
 
 
 


 
 
Apesar das tristes lembranças ainda estarem vivas na mente das pessoas, o que se nota é a soma de forças para reconstruir o que foi devastado, desde os bens materiais até os emocionais.
 
 
 


 
 

 
 
 
O centro histórico é lindo, repleto de lojinhas com interessantes e baratos souvenirs. Vale a pena conhecer as mesquitas no lado muçulmano da cidade e as igrejas católicas no lado croata, todas com construções recentes.
 






 
 
Para um almoço típico na cidade antiga uma excelente opção é o restaurante Hindin Han que serve o cevapi, uma espécie de kafta com pão sírio, salada e batata frita. Há também as trutas frescas encontradas no rio que corta a cidade, uma opção leve e saudável para o jantar.
 




 
 
Para quem não quiser hospedar-se em Mostar uma boa opção é o "day trip" partindo de Dubrovnik, na Croácia. Há muitas empresas que fazem esse tipo de passeio.


Aventurando-se de ônibus na Bósnia-Herzegovina

Viajar, ou melhor, aventurar-se de ônibus na Bósnia-Herzegovina foi muito melhor do que pensava. As notícias que ouvia antes das viagens eram de que os ônibus eram péssimos, quentes e, até mesmo, sujos. Mas não foi o que encontrei.
 


 
 
 
Fizemos dois trechos de ônibus na Bósnia-Herzegovina: Dubrovnik - Mostar e Mostar - Saravejo, ambos com uma distância aproximada de 130 km cada. As viagens, que duraram cerca de 3 horas, foram tranquilas, relaxantes e nesse tempo pude ler, relaxar, descansar e apreciar a linda paisagem dos Balcãs.
 


 
 
O único cuidado a tomar é comprar a passagem e chegar na rodoviária com uma certa antecedência de 30 minutos do horário de saída do ônibus. É que pode acontecer de serem vendidas mais passagens do que poltronas disponíveis e você precisará fazer a viagem de pé!
 
 


Durante a noite em Dubrovnik

Ao anoitecer, depois que milhões de turistas deixam as vielas muradas de Dubrovnik e retornam para os navios ancorados no mar Adriático, é que a vibrante vida noturna inicia. Além do cheirinho de pizza que transborda pelas ruazinhas da cidade antiga, há música, música e muita música eclodindo dos bares, boates, praças e becos de Dubrovnik.
 
 


 
 
 
 
 
Em frente à catedral de Dubrovnik (Catedral da Assunção da Virgem Maria) presenciei um grupo tocando músicas de vários países e, assim, sob a luz do luar, pessoas da Índia, Estados Unidos, Itália, Croácia, Inglaterra, dentre outras, dançavam, cada qual a sua maneira, e eram fotografados por muitos japoneses ao redor.
 
 
 
 
Para bares com música intensa as opções interessantes são: Sybar, Trocadero Bar e Irish Pub, todos na cidade antiga. E pra prolongar a noite uma ótima opção é o Revelin Club que durante a temporada de verão (meses de junho, julho e agosto) oferece atrações animadíssimas, como é o caso do DJ Antonie e o seu internacionalíssimo "Welcome to Saint Tropez".
 
 


 
 
 
Ainda, para um final de tarde inesquecível com a vista deslumbrante do pôr-do-sol recomendo sentar numa das mesas do Buzza Bar que fica sob as pedras que estão ao redor da cidade murada de Dubrovnik e, simplesmente, contemplar. A natureza encarrega-se do resto.
 
 
 


 
 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Montenegro

Atravessando a fronteira ao sul da Croácia pode-se visitar Montenegro, o último país a tornar-se independente após a desintegração da ex-Iugoslávia. A sua libertação ocorreu apenas no ano de 2006 quando se desligou da Sérvia. Lembro muito bem das Olimpíadas de Pequim, em 2008, quando o país participante era Sérvia e Montenegro. Nas próximas Olimpíadas a realizar-se no Rio de Janeiro, assim como foi em Londres, Sérvia e Montenegro já poderão levar as suas delegações de forma independente. O curioso é que a partir de 2006 passaram a adotar o euro como moeda corrente nacional, mesmo não sendo integrante da União Européia.
 


 
 
Optamos por um "day trip" que nos levou de van ao país vizinho com outros seis simpáticos e curiosos viajantes canadenses. Percorremos as vielas históricas de Kotor, primeira cidade que visitamos em Montenegro, almoçamos um pescado num restaurante à beira-mar e terminamos o dia numa praia popular na Baía de Kotor.
 
 







 
 
Como não há muitas atrações por este lado, a visita bate-e-volta a partir da Croácia acabou sendo uma ótima opção e, ainda, pudemos contemplar os muitos desfiladeiros negros na estrada, que, aliás, deram o nome ao país: Montenegro.